quarta-feira, 23 de março de 2011

A importância de se ter um sitio para correr



A motivação é tudo quando falamos em ir correr. É tão fácil arranjar desculpas para não sair de casa que tudo aquilo que nos possa motivar a fazê-lo deve ser preservado.
Uma das coisas que mais me motiva a ir correr é ter um “sítio” onde possa fazer os meus 6-10km facilmente. Quando vivia em Campolide corria até ao Colégio Militar através da estrada vermelha pintada para esse efeito, e ainda ia regularmente à cidade universitária correr com o Manel.
Quando me mudei para Abu Dhabi deixei de ter um espaço onde correr. Primeiro porque em Setembro ainda estavam 40º e simplesmente não se podia, depois s porque não sabia bem para onde ir. Voltei as corridas no ginásio, uma estreia para mim, acabou por se revelar um espaço para a regularidade e ainda fiz alguns kms na passadeira.
Recentemente vim para o Dubai e puseram-me a viver na Marina (foto), esta tem um passeio bastante largo onde é frequente ver pessoas a passear, andar de bicicleta e correr. Pois bem, hoje a Dubai Marina é o meu “sítio” para correr, voltei a ter alguma regularidade nas corridas e a ganhar motivação para fazer mais kms.
(http://solascalientes.blogspot.com/)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Uma lição de diversificação em Canary Wharf



A minha prenda de ano novo a mim mesmo, patrocinada pelo estado inglês.A grande novidade foi utilizar pedais com clips nos sapatos, um desastre total. Ainda não consegui aprender, pelo que fiz o test com os pedais de corrida, sapatos, mas sem os poder usar. Também foi ai a primeira vez que andei de bicicleta de estrada.

Grande Prémio Fim da Europa - 30/01/2011

Comecei Segunda-Feira os treinos para esta prova, a prova mais bonita (e talvez a mais dura) em que já corri.

(Quase) 17km de beleza, ar puro, verde, subidas (muitas), descidas. Sintra, Mata, Encostas, Mar. 11Km iniciais brutais de subida quase constante, a maior parte anda, outra parte finge que corre mas se andasse era igual, de tão inclinada que é. Força de pernas e leveza nas grandes subidas, velocidade nas partes planas para recuperar o tempo das perdidas, força nas pernas e joelhos para aguentar os ultimos km's de descida finais, mas essencialmente é preciso uma mente forte para aguentar todo este desgaste.

Quem faz esta, faz uma meia. A sério. Aconselho.
PS: Se algum de vocês for, que me avise, vamos todos juntos!!

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Deixo aqui a altimetria (2 versões, a 1a tirada de um GPS de pulso, e a outra da altimetria do Gmap Pedometer) e o site oficial da prova.

G.P. Fim da Europa - 30/01/2011 - 10h - "Díficilmente haverá prova mais bonita"

Altimetria v1: http://connect.garmin.com/player/1911697

Altimetria v2: 
Site oficial: http://www.fimdaeuropa.com/

sábado, 8 de janeiro de 2011

Não pisar a relva (Marathon T06)




Quando se escreve há a tentativa de fazer aquelas grandes teorias sobre o mundo, talvez isso seja porque quando escrevemos temos a tendência a ser mais inteligentes do que quando falamos. As teorias normalmente começam “há dois tipos de pessoas no mundo” a verdade é que não revela lá grande inteligência pois a bem da verdade trata-se de lógica pura, uma característica e o seu inverso dão sempre a totalidade. É fácil dizer “há dois tipos de homens no mundo: os que tiram macacos do nariz e os que não tiram” pois a bem da verdade não há terceira hipótese. Mais complicado é fazer uma teoria a dizer que há só duas hipóteses quando na verdade há três. E isto tudo para que? Para dizer que hoje quando corria criei uma teoria: que há dois tipos de corredores; os que quando correm não pensam em nada, quase que chegando a um estado zen/nirvana, e os que ao contrario pensam em tudo. Eu claro pertenço ao segundo tipo o que é uma chatice pois acho que o primeiro é o que dá os melhores corredores. Assim sendo hoje quando ia na corrida já pelo terceiro quilometro, já mais de um quilometro dentro do parque não posso deixar de reparar nas dezenas de pessoas que estão no parque a fazer desporto principalmente a jogar futebol e râguebi na relva. E por estarem a pisar na relva a memoria saltou-me para o jardim público em Beja onde era proibido pisar a relva, ainda pior onde era proibido andar de bicicleta. Sim, num parque era proibido andar de bicicleta. E lembro-me de sair de casa de bicicleta e ir pelo meio da rua quando um policia me mandou ir para o passeio porque as bicicletas não são carros. E ladeira abaixo encontrar um novo policia à porta da esquadra que me manda sair do passeio porque as bicicletas não são peões e por fim chegar ao jardim público onde me mandam sair da bicicleta. E agora no jardim público de bicicleta na mão a passear por onde dei o meu primeiro beijo e onde aprendi a fazer lances livres no basket. E no meio disto a música da minha corrida continua a tocar no aleatório, mas eu não acredito muito no aleatório, quatrocentas musicas no telemóvel e quando me aparece o primeiro cansaço numa mini-subida os Coldplay viram-se para mim e dizem “nobody say it was easy” e eu logo duvidei que o telemóvel que já é mais inteligente que eu a jogar xadrez já deve ser noutras coisas também. Mas a bicicleta ainda me anda na memoria e depois lembro-me do percurso tipo em Beja, ir até à base aérea, acho que eram 11km feitos na altura em 45m medidos com conta quilómetros de bicicleta numa altura que ainda não haviam GPS nem para carros, e agora que corro o meu gps de pulso mostra que aos 4km vou em bom ritmo mas eu sinto que não vou com muita pica. E por as viagens à base lembro-me que o Branquinho é que era, o meu primeiro cão uma vez acompanhou-me a mim e ao meu irmão na ida e volta até à base (22km) penso que talvez tenho que ligar ao meu irmão a perguntar que ele se lembra. Mas de certeza que se lembra. Chego ao fim do parque e quando estou quase a voltar para trás lembro-me que estou perto de onde vão ser os jogos olímpicos em 2012, falta menos de ano e meio. Ao marcar os 5 quilómetros vejo que já não tenho perna para bater o record deste percurso de 8km, mas que se lixe tento amanhã que ainda hoje é sábado. Quando já estou quase a preparar a saída do parque (km 6) sinto que já não estou cansado, é verdade que não tenho energia para acelerar e que já vou a passo de caracol mas entre todos estes pensamentos já estou algo zen fisicamente pelo que decido meter-me num percurso mais longo para tentar fazer 10km em vez dos 8km planeados. Enquanto faço isto penso que é uma das novas vantagens da minha rotina de corrida, em Lisboa como corria principalmente no jardim da estrela (750m por volta) a cada 5 minutos tinha a oportunidade e a tentação de ir para casa. Como agora corro sem ser as voltas, desenhando um percurso, posso arriscar distancias mais grandes sem a possibilidade de desistir, já que vou ter de fazer o percurso quer seja a correr quer seja a andar. No entanto ao embarcar pelo percurso mais longo aproveito para sacar da garrafa e beber água, e ao contrario do que parece beber água a correr às vezes disturba para caraças, o ritmo cardíaco altera-se, a garrafa às vezes cai, o ritmo perde-se, e assim que por dois dl de água fiquei tão cansado como correr 10minutos. Mas aguentou-se, e lá fui a passinho de caracol pelo oitavo km ainda no parque quando o Bod dylan começa a falar. E agora não me lixem, não pode ser aleatório que o Dylan começa a falar que a verdade está no vento no exacto momento em que o vento começa a soprar fortemente e infelizmente de frente. Mas nada disto seria digno de nota se já ao acabar o 9 quilómetro, no exacto momento em que começo o último vejo no meu bairro, que tem uma concentração de “alternativos/indies” por metro quadrado superiores ao do palco de um concerto de Árcade Fire, uma rapariga que às tantas até toca nos Árcade Fire a passear a sua doninha tal e qual aquela dos niilistas do Big Lebowski, que para quem não sabe deve ser dos melhores filmes da história, se calhar ela também é niilista e eu também enquanto corro não acredito em nada porque ao chegar ao fim dos 10km lembro-me que, sem saber porque, é proibido pisar a relva.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Custou mas foi (T05)

Finalmente está bom tempo em Londres (4º!) pelo que já deu para treinar qualquer coisa, para quem está fora de forma (e sempre esteve) um par de dias sem correr faz toda a diferença. Neste caso foram 12 dias, ao sair de casa queria fazer os 8km de domingo ainda que não tenha corrido durante a semana, mas ao fim de um par já estava a pensar que não ia dar, para depois pensar "que se lixe, se tiveres de andar andas", e lá fui seguindo e ao quarto quilómetro pensei mesmo em parar, mas depois no esforço mental do costume disse que não. Às tantas mais morto que não pensei já que vai doer ao menos tentas bater o record da hora. Pelo que os últimos três quilómetros foram feitos aos solavancos, mas consegui o objectivo, aliás nem foi preciso sprintar no último km. Conclusão: novo record no percurso de 8km do meu bairro, cerca de três minutos menos, o que sempre anima um pouco depois de tantos dias sem correr.

Claro que este ritmo ainda não permite fazer os objectivos propostos, mas em dias de competição é sempre mais fácil, e acima de tudo ainda tenho tempo.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Primeiro treino...

... meses após a conclusão da Meia Maratona de Lisboa, com grande esforço e sem grande glória...

... Após lesão prolongada, ressonância magnética e muitas sessões de fisioterapia....

...Podia ter sido pior!

28 mts e 4kms percorridos mais 10 minutos de gelo por precaução!